Uma memória
Foi há 35 ou 40 anos que ela entrou na mercearia e perguntou:
"- Ó Maria Leal, tu tens cartas de luto?
- Não, prima.
Pausa.
- Então dá-me aí um bocado de queijo flamengo."
...e ainda hoje riem a bandeiras despregadas quando contam isto. E eu com elas.
Agora está aqui para que eu não me esqueça, que a memória é muito traiçoeira.
6 comentários:
Vá lá, não pediu meio quarto de quilo do mesmo.
...nem um cartucho de colorau, vá lá, vá lá...
eu também...
por onde andas uxca?
Ainda sou demasiadamente alemão para entender esta piada. Podias traduzir isso para mim?
Anjonegro, ando numa zona de ninguém, a meio caminho de lá e de cá, mas hei-de chegar. Beijo
Zig...a minha família teve uma mercearia há muitos anos. Nessa altura as pequenas mercearias vendiam de tudo um pouco, de produtos de primeira necessidade a outros mais raramente procurados. As cartas de luto eram envelopes brancos com uma fita negra, ou mesmo debruados a negro e dentro tinham uma folhinha igualmente debruada a negro. Quando morria alguém, parente ou vizinho, alguém chegado, escreviam-se palavras de consolo à família nesse envelope/papel desenhado expressamente para esse efeito.
O facto da minha prima ter pedido cartas de luto e, na falta das mesmas, ter pedido algo tão terra-a-terra como um bocado de queijo, transformou aquele diálogo numa cena à Monty Python.
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