A Jangada

Afinal vai-se a ver e esta terra não é uma Pérola do Atlântico, mas sim uma jangada com 260.000 almas a bordo.
Salve-se quem puder!

São 00.53 vamos até Vale de Lençois.

O primeiro concerto dos infantes

"Não!... não queremos ir, podemos ficar em casa?... e na casa da tia Teresa?..e na da tia...?"
Como democracia não rima com paternidade, lá foram eles trombudos para o Faial. Pelo caminho ainda apanhámos a Helena, 15 anos exuberantes e com a espontaneidade à flor da pele, já deve andar a partir muitos corações.
O concerto foi no complexo balnear, um dos muitos e recentes complexos construídos ao longo da costa madeirense (alguém agora comentaria que "não vejo aumentos há 3 anos, mas pelo menos tenho um fartote de piscinas!").
O espaço é bonito, fica na foz da ribeira, à noite ganha um dramatismo acentuado pelo barulho das ondas e pelas luzes montadas para o concerto.
A caminho de um cachorro quente com uma bejeca, ainda passámos pelas estrelas da noite, ali à conversa no meio da multidão. Aliás, na altura ainda era só multi... a dão foi chegando a pouco e pouco.
Entretanto, o Tomás já se queixava das pernas, o Kiko perguntava se já tinha acabado, rezinguice constante, um fresquinho nocturno típico de beira-mar... e começou!
Corremos para a frente do palco, um som estrondoso, já nem me lembrava como aquele som nos sacode fisicamente, os putos estão esgazeados, não sei bem se de espanto ou terror, mas não fogem.
Aguentam 2 ou 3 canções e temos que recuar lá para o fundo, sentar e ficar o resto do concerto a cantar o refrão das canções que passam na rádio. Aliviado, o Kiko até se aventura de novo numa corrida para fotografar os músicos junto ao palco. Volta passados minutos, com um ar de pés-para-que-vos-quero, e mostra as fotos no telefone, autenticos borrões de luz dos focos. "Oh well !". E vai para perto ensaiar mais uma luta de dinossauros ou de um Splinter Cell qualquer.
Os EZ Special são ok, conseguem aquecer o pessoal habitualmente pouco dado (habituado?) a grandes demonstrações de entusiamo, arrancam refrões e palmas, fazem encores e voltamos todos para casa contentes e a cair de sono.
Meus bichinhos, este foi o vosso 1º concerto, o da mamã foi o Rod Stewart no Restelo (ou seria Alvalade?) e o do papá foi o Frank Zappa no Hammersmith Odeon.
Daqui só podemos concluir que o papá é um cachorro sortudo!

São 00.50 e ainda dá para ouvir "Bobby Brown".

A minha "mana" já bloga!

...pois tem, é a Zona D, de Dary, mulher com M grande como poucas que eu conheci até hoje.
Ah... e como professora apaixonada pelo que faz, criou a Netescolinha com link agora actualizado aí em baixo, à esquerda. Essencial para pequeninos e grandinhos.
Façam-se da casa que não se arrependem.
Inté

são 20.00, I'm off to Sin City.

O Boato

boato
do Lat. boatu, grito, alvoroço
s. m., notícia anónima que corre publicamente; atoarda, balela, rumores.

O boato corria e dizia-se que fulana de tal se tinha metido numa encrenca com um cachorrinho.
Após o espanto e consequentes manifestações de nojo, repugnância e similares, passou-se ao que realmente interessava: mas quem? quando? onde? como? porquê?... acho que só ficou de fora o "quanto?".
As dicas e informações vindas de "fontes seguras", sempre anónimas, eram mais que muitas e de tal envergadura que, últimamente, só não davam a senhora como morta, mas lá de um "esgotamento" e mesmo de ter "fugido para o Brasil" é que ela não escapou.
Se todo o caso foi mentira, da fama já não se livra. Resta-lhe esperar que o tempo passe e que uma próxima história, mais ou menos sórdida, ocupe o imaginário colectivo desta nossa Grande Aldeia.
Mas se, independentemente do "quem? quando? onde? como? porquê?", for realmente verdade que fulana de tal se meteu na dita encrenca.... e depois? Que temos nós com isso? Quem somos nós para julgar? Sabemos o que vamos fazer amanhã? Estamos assim tão cheios de certezas e de nós próprios que não vemos que somos um bando de animais com uma capa de verniz pronta a estalar à primeira oportunidade?
Esta semana uma notícia dizia que algures neste nosso Portugal, um "homem" tinha mantido a mulher presa pelo pescoço a um tanque, durante uma semana, como se de um cão se tratasse.
Estamos na twilight zone e nem damos por isso.

São 02.00 e tá na hora de dormir.

As nossas estrelas

Para quem não saiba, o Musicaeb é o espectáculo de encerramento das actividades artísticas do ensino básico e secundário da Região Autónoma da Madeira, é promovido pela Secretaria / Direcção Regional da Educação e conta já com 23 edições.
Decorre no Centro de Congressos da Madeira (Casino) e este ano participaram, além dos incansáveis professores, 3.083 alunos que durante 3 dias desfilaram pelo palco apresentando os números que vinham a treinar há semanas.
Um deles foi o nosso Kiko por isso, e pela primeira vez, lá fui eu sentar-me na segunda fila acompanhada pela sobrinha Sarocas que foi filmando o evento (kidaaaa!).
Muito pai e mãe babados, muita câmara a fotografar e a filmar e os nossos rebentos ali no palco a "botar figura", uns mais nervosos que outros, mas todos muito compenetrados e apostados em não envergonhar a sua escolinha. Quando chegou a vez da escola do Caniço, tomaram posições, acerta aqui, chega mais para lá e arranca finalmente "Eu perdi o Dó da minha viola...". O Kiko (grupo do meio, à esquerda) e colegas entraram a dançar, tinham-lhes posto gel no cabelo, estavam cómicos e lindos, foram por ali fora a rodopiar e a trocar pares, umas verdadeiras estrelas!
Nós, os pais, ficámos para ali babados, ofuscados pelo brilho deles.

São 23h00 e está tudo bem.

True happiness (this way lies)

And have you ever wanted something so badly
That it possessed your body and your soul
Through the night and through the day?
Until you finally get it
And then you realise
That it wasn't what you wanted after all
And then those self same sickly little thoughts
Now go and attach themselves to something ... or somebody, new!
And the whole Goddamn thing starts all over again
Well, I've been crushing the symptoms
But I can't locate the cause
Could God really be so cruel?
To give us feelings
That could never be fulfilled
Baby ...
I've got my sights set on you
I've got my sight set on you
And someday, someday, someday
You'll come my way
But when you put your arms around me
I'll be looking over your shoulder
For something new ... because
I ain't ever found peace upon the breast of a girl
I ain't ever found peace with the religion of the world
I ain't ever found peace at the bottom of a glass
Sometimes it seems
The more I ask for
The less I receive
Sometimes it seems
The more I ask for
The less I receive
The only true freedom is freedom from the heart's desires
And the only true happiness ... this way lies

The The - "Dusk"

Grandes poetas do nosso tempo.

São 13.53 e tá na hora de ir bulir.

Mcclaymore rules!

Já não estou triste!
Mcclaymore enfrentou de peito aberto o dragão da azelhice/ignorância bloguística desta escriba e salvou o meu blog !
Long live Mcclaymore!
Hip, hip, hurray !

São 16.47 e estou feliz da vida.

Teste

testando... onde foi parar o meu blog agora que eu estava a começar a gostar dele!
dão-se alvíssaras!
são 13.11 e estou triste, triste

Os espinafres da minha sogra

Mãe Gilda gostava de flores. Era uma daquelas pessoas que só tinha de espetar um pauzinho na terra para logo lançar raíz e rebentar em pontinhos verdes de futuras folhas. Ela e as plantas tinham básicamente um caso amoroso. A certa altura, não se sabe bem como, começaram a aparecer no jardim pés de espinafres que rápidamente se transformavam em verdadeiros arbustos.
Mãe Gilda morreu há dois anos e ficámos com a casa. Precisava de obras que, como acontece com qualquer obra que se preze, arrasaram o jardim, espinafres incluídos. Foi tal a quantidade de terra mexida, entulho e cimento que não acreditava que pudesse voltar a refilar o que quer que fosse naquele pedaço.
Hoje, enquanto não é acabado (se nem começado foi!), o jardim está cheio de ervas daninhas e flores selvagens, "tão lindo!" aos olhos do nosso Kiko. E, espalhados ali e além, viçosos maciços de espinafres dizem "presente!".
Em honra aos ditos, aqui fica uma receita de se lamber os dedos. Chlép!

Espinafres no Forno
- 1 kg dos ditos, arranjados
- 1 cebola pequena picada + 1 dente de alho
- 25 gr de manteiga
- 2 colheres de sopa de farinha
- sal + pimenta + noz moscada
- 2,5 dl de leite ou natas
- 2 ovos
Cozem-se os espinafres durante 10 minutos. Escorrem-se, espremem-se e picam-se;
Salteia-se a cebola e o alho com a manteiga, junta-se a farinha o sal, pimenta e a noz moscada e depois, aos poucos, deita-se o leite (ou natas) mexendo sempre enquanto engrossa.
Batem-se as gemas que se juntam, aos poucos e com cuidado, ao molho.
Mexe, mexe, aveluda o molho, retira do lume, junta os espinafres, mexe, mexe e finalmente incorpora as duas claras batidas em castelo mas aí nada de muito mexer!
Vai num tabuleiro ao forno a 180º durante 20/25 minutos ou até espetar um palito e este sair seco.
O petisco acompanha o que apetecer, come-se sozinho (hum...) ou utiliza-se como recheio de tarte.

São 00.22 e estou muuuuuuuito cansada.

Dois homens

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...

Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."

Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...

Boa noite. Eu vou com as aves!

Poema à mãe
Eugénio de Andrade

(afofando um molho de nuvens)
- Eugénio! ...vem sentar-te aqui, a vista é boa.
- Obrigado, estava a precisar. Que caminhada.
Ajeitaram-se no banco, pernas a baloiçar sobre o abismo.
Pássaros, mais que muitos, esvoaçavam brincalhões passando a uma mão de alcance.
- Ouve lá, esse poema à mãe é um bocado lamechas, não?
- Então Álvaro! Se não for com os nossos amores, com quem mais podemos ser lamechas?
As sobrancelhas fartas subiram num trejeito concordante.
Olhando o outro nos olhos.
- Não esperava tal companhia.
- Também não.
Sorriram os dois.
- Está na hora?
O outro assentiu.
E foram com as aves.

Fade out.

São 14.11 e nós continuamos por cá, até ver.

Faz hoje anos que somos "Nós"

Tenho uma "coisa" por Antónios.
O Padroeiro da minha aldeia é Sto. António, casei na capela dele, o meu médico é António, o dos meus filhos também.
O meu homem também e faz hoje 17 anos que começámos a ser "nós".
Não "um" ... até ao final dos tempos" , como a princípio ingénuamente pensava. Mas um + um, "nós" , e apenas e só até ao final de cada dia.
Até amanhã.
x

Dois amantes ditosos fazem um único pão,
uma única gota de luar sobre a erva,
ao andar deixam duas sombras que se reúnem,
deixam um único sol vazio numa cama.

De todas as verdades escolheram o dia:
não se ataram com fios mas com um aroma,
e não despedaçam a paz nem as palavras.
A ventura é uma torre transparente.

O ar, o vinho vão com dois amantes,
a noite oferece-lhes suas pétalas ditosas,
a todos os cravos têm eles direito.

Dois amantes ditosos não têm fim nem morte,
enquanto vivem, nascem e morrem muitas vezes,
têm a eternidade que é da natureza.

Pablo Neruda

São 16.00 e amo-te.

Campanha rodoviária na Sicília

"Se for gay, não conduza!"

No rádio diziam hoje que, na Sicília, um rapaz viu ser-lhe retirada a carta por um polícia com base no facto de não ter cumprido o serviço militar por ter alegado ser gay.
Após recorrer ao tribunal, a carta foi-lhe devolvida com o seguinte fundamento apresentado pelo juiz: ser homossexual é um distúrbio de personalidade que não condiciona a capacidade de conduzir.
Estamos agora muito mais descansados.
Entretanto, a notícia não especificava se, na Sicília, a estupidez seria condição essencial para ocupar cargo de juiz.

São 13.23 e vou almoçar.

O pé "mai" lindo da Madeira

P�-Lido

Sábado, Lido, hora do cancro, sol pasmoso, mar azul, água de arrepiar na entrada mas deliciosa de se estar, palavras cruzadas ao desafio, gelados e os pés mais bonitos da Madeira por companhia. Heaven is indeed a place on earth.

São 19.22 e está tudo bem.

Os políticos ganham mal.

"não escrevas sobre o que desconheces: política, manipulação genética, política, nebulosas, política, partículas subatómicas, política..."

A propósito da acumulação de pensões, reformas e afins da nossa classe política, ouvi este fim de semana o Sr. Eng. Ferreira do Amaral dizer na rádio que os políticos ganham mal.
Relacionando esta afirmação com algo que há muito tempo li e que dizia que os mesmos deveriam ser muito bem pagos por forma a evitar a corrupção, quererá isto dizer que:
- os nossos políticos são corruptos?
- querem deixar de o ser daí acumularem as ditas pensões, reformas, caixas de esmolas, etc ?
- toda a restante população do país é bem paga?
- somos todos tolinhos?
- temos vontade de votar nas próximas eleições?
- o que vamos fazer para o jantar?

São 14.00 e estou um bocadinho confusa.

Wishlist

I wish I was a neutron bomb, for once I could go off,
I wish I was a sacrifice that somehow still lived on,
I wish I was a sentimental ornament you hung on,
The christmas tree, I wish I was the star that went on top.
I wish I was the evidence, I wish I was the grounds
For 50 million hands upraised and open toward the sky

I wish I was a sailor with someone who waited for me,
I wish I was as fortunate, as fortunate as me.
I wish I was a messenger and all the news was good,
I wish I was the full moon shining off a camaro’s hood

I wish I was an alien, at home behind the sun
I wish I was the souvenir you kept your house key on,
I wish I was the pedal brake that you depended on,
I wish I was the verb to trust and never let you down.

I wish...
I wish...
I guess it never stops,
Stop

Pearl Jam
"Yield"

Gosto particularmente desta, ouço-a muito, consola-me e por isso a convidei a entrar.

São 01.21 e podia estar melhor.