24 junho 2005

O Boato

boato
do Lat. boatu, grito, alvoroço
s. m., notícia anónima que corre publicamente; atoarda, balela, rumores.


O boato corria e dizia-se que fulana de tal se tinha metido numa encrenca com um cachorrinho.
Após o espanto e consequentes manifestações de nojo, repugnância e similares, passou-se ao que realmente interessava: mas quem? quando? onde? como? porquê?... acho que só ficou de fora o "quanto?".
As dicas e informações vindas de "fontes seguras", sempre anónimas, eram mais que muitas e de tal envergadura que, últimamente, só não davam a senhora como morta, mas lá de um "esgotamento" e mesmo de ter "fugido para o Brasil" é que ela não escapou.
Se todo o caso foi mentira, da fama já não se livra. Resta-lhe esperar que o tempo passe e que uma próxima história, mais ou menos sórdida, ocupe o imaginário colectivo desta nossa Grande Aldeia.
Mas se, independentemente do "quem? quando? onde? como? porquê?", for realmente verdade que fulana de tal se meteu na dita encrenca.... e depois? Que temos nós com isso? Quem somos nós para julgar? Sabemos o que vamos fazer amanhã? Estamos assim tão cheios de certezas e de nós próprios que não vemos que somos um bando de animais com uma capa de verniz pronta a estalar à primeira oportunidade?
Esta semana uma notícia dizia que algures neste nosso Portugal, um "homem" tinha mantido a mulher presa pelo pescoço a um tanque, durante uma semana, como se de um cão se tratasse.
Estamos na twilight zone e nem damos por isso.

São 02.00 e tá na hora de dormir.



Sem comentários: