27 novembro 2005

O intruso

Deitada no escuro, adivinhou-lhe a presença momentos antes do ataque.
Deixou-se ficar quieta, mal respirando, podia ser que nem a notasse. Precaução inútil: no momento seguinte sentiu-o em cima de si a chupá-la, esfomeado.
Disparou um palavrão e lançou a mão ao candeeiro: ali estava um meia-leca, de cabeça enterrada nela, a comê-la como se o mundo acabasse amanhã.
- Mas que merda é esta? Já não se pode deixar a janela aberta que qualquer um entra assim como se fosse a sua casa?
Nada
- Ouve lá, não me digas que és um dos estupores que andam a atacar em Santa Luzia?
Levantou a cabecinha para ela.
- Eu?!... Não! Não me misturo com degenerados.
- Pois degenerado ou não, a mim só me chupa quem eu quero!
Largou-lhe uma bofetada em cheio. Gotinhas de sangue salpicaram-lhe a perna. Empurrou-o para o chão, limpou o sangue e deitou-se ainda irritada.
- Era o que me faltava a esta hora, mosquitos!

3 comentários:

Rosmaninho disse...

Será que é nesta fantastica imaginação que dá lavar as mãos com harpic? Vou já experimentar. Tá lindo, levaste-me à certa. Beijas! R

Uxka disse...

tem dias!
beijas

Su disse...

..era o que faltava..mosquitos:))
jocas maradas