9 de Maio... Dos bolos
Deliciosos, os teus doces, todos. O bolo mármore, o arroz-doce, o bolo de maçã, as argolinhas, aquela coisa com maçã e pudim flan, a torta de laranja... ái a torta de laranja! Com os outros podia acontecer, mas era raro. Agora com a danada da torta, parecia que funcionava na razão proporcionalmente inversa à necessidade da dita sair impecável. Saía do forno, prometedora e com um perfume que se espalhava pela casa toda. Ao desenformar a coisa já começava a correr mal e então era a tentativa desesperada de a soltar, depois começava a sair aos pedaços e todo o doloroso processo terminava com o disparo pela porta fora do resto da torta, tabuleiro e tudo, num voo sem asas. Não valia a pena tentar lembrar-lhe que aquela massa deformada mas deliciosa podia muito bem ser comida à colherada. A fúria da cozinheira era implacável e quem ficava a ganhar eram os cachorros da vizinhança que se lambuzavam com a sobremesa inesperada. |
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